
“Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã” (Cotidiano – Chico Buarque)
Temos ainda encarado diariamente manchetes que tratam do feminicídio ou mesmo de contumaz agressões físicas proferidas por homens contra mulheres, algumas das quais sequer tem qualquer tipo de convívio com o agressor, entretanto hoje eu quero pedir ao leitor que me honra com dois minutos do seu tempo em nosso terceiro encontro aqui no opatrononews.com.br, que faça um exercício de memória e tente se lembrar quantas vezes presenciamos agressões não necessariamente físicas, não necessariamente verbalizadas, mas em atitudes de companheiros, irmãos, desconhecidos e até chefes.
Muitas das vezes não nos damos conta de que comportamentos como olhares lascivos, ordens que seriam estapafúrdias, ainda que destinadas ao gênero masculino, omissões das pessoas próximas a quem a sociedade entende ter de alguma forma, não o dever, pois, seria uma expressão que suscitaria polêmica, mas digamos, para usar um termo bastante utilizado ultimamente “empatia”, outra forma de agressão que podemos destacar é a permanente vigilância se antes essa vigilância era física, hoje temos vigilância cibernética, inclusive.
A vigilância cibernética é mais próxima do que se pensa, muitas das vezes silenciosamente o perseguidor usa-se de mecanismos pouco usual aos leigos, meu caso, e muito comum aos “experts” em informática e com isso, clonam até mesmo os aplicativos de conversas não para aplicar golpes financeiros “o mais comum”, até para descobrir com quem a mulher conversa ou mesmo as músicas que ouve, dentre tantas outras formas de fraudes cibernéticas que visam tão somente diminuir a condição feminina ante a mais uma forma de ataque.
Assistimos constantemente, ou melhor, diariamente discursos das mais variadas vertentes em prol do combate à violência doméstica, entretanto, uma parcela imensa fala sobre a violência sexual, física e verbal, algumas poucas menções a patrimonial, contra a violência doméstica, e particularmente não me recordo se em algum momento li sobre essa agressão silenciosa ou por omissão, de fato é um tema espinhoso descrito por um homem que seguramente não tem o lugar de fala, entretanto, adoro a citar Chaplin, para expressar meu sentimento como humano: “Homens não sois máquina, homens é que sois”.
A assertiva acima se dá em função do patrulhamento que se recebe algumas vezes quando na verdade apenas foi empático isto por que quando um homem se posiciona dessa maneira ele apenas está honrando o aprendizado que na grande maioria das vezes adveio de uma ou mais mulheres o que é meu caso.
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