Restaurante Sobral: O paladar da boa comida tradicional no ponto industrial de Caxias
- Cesar Moutinho
- 9 de jul.
- 2 min de leitura
O Restaurante Sobral fica localizado Avenida Mascarenhas de Morais, número 1060 - antiga Rua 02 - bairro Figueira, em Duque de Caxias

Por: Moreno Assumpção
Localizado na Avenida Mascarenhas de Morais, bairro Figueira, em plena zona industrial de Duque de Caxias, entre galpões, ruídos de caminhões e muito chão de fábrica, há um quintal onde a cidade se curva para a roça. É ali, no número 1060, que está o Restaurante Sobral, sem fachada chamativa nem letreiro moderno, tem chão de terra, uma choupana decorada com antiguidades e galinhas andando livremente entre as mesas.
O criador de tudo é o Jaime Sobral, figura que merece um capítulo à parte. Recebe todo mundo com a simpatia de quem conhece o cliente pelo nome e, mesmo quando não conhece, trata como se conhecesse. Ele circula entre as mesas, ajusta os lugares, confere se a cerveja está gelada e, quando vê que você piscou com interesse pro bar, já chega com uma garrafa de cachaça na mão perguntando se “pode confiar”. Pode. Sempre pode.
Antes mesmo de olhar o cardápio, você já tem um prato na frente: aipim cozido e um molho de cebola que talvez não vá mudar sua vida, mas vai mudar seu conceito de entrada de cortesia. O aipim — esse sim, digno de nota — está sempre no ponto. E quando digo sempre, não é força de expressão. Tem algo ali entre a plantação e o cozimento que merece estudo. Um dia alguém ainda arranca esse segredo do Sobral.

Os pratos principais seguem a linha do lugar: comida de roça, feita com zelo e sem frescura. Tem frango caipira, com aquele molho encorpado, rabada desfiando no prato e carne de sol feita na casa. Agora, se tem algo que realmente merece atenção são os acompanhamentos — especialmente o quiabo frito com alho. Crocante, saboroso e definitivamente sem a baba que traumatizou muita gente na infância. Quem gosta, vai repetir. Quem acha que não gosta, talvez mude de ideia.
Na ala das bebidas, a caipirinha é boa o suficiente para justificar a ida, mesmo sem fome. A cerveja, gelada no ponto certo, é servida como se fosse extensão natural da refeição. E a cachaça? Tem sempre uma nova, artesanal, com história contada pelo próprio Jaime — que, claro, também cuida da harmonização. Sim, ele mesmo diz qual pinga combina com qual prato e costuma acertar.

E no fim das contas, o Sobral é isso mesmo: um daqueles lugares que a gente frequenta uma vez e já entende o porquê de tanta fidelidade. Não tem mistério, não tem pose. É só comida boa, ambiente sincero e um dono que parece mais interessado em garantir que você coma e beba direito do que em fazer marketing do lugar. Se der vontade de ir, vá. E se der sorte, ainda sai com a receita do molho de cebola e a fonte do fornecedor do aipim.
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