Crônica: Bate papo gastronômico com Moreno Assumpção

Não é Crítica, é Convite: Uma Nova Coluna Para Comer Fora do Algoritmo

Não é Crítica, é Convite: Uma Nova Coluna Para Comer Fora do Algoritmo

Todo dia alguém posta um reel dizendo ter achado um “restaurante secreto”, “um lugar escondido que ninguém conhece”. Na legenda, a promessa de descoberta; na imagem, um prato bonito, uma taça em contra-luz e uma trilha sonora que já ouvimos mil vezes.

Mas e se eu te dissesse que não existe restaurante secreto?

Todo comércio nasceu pra ser visto. Pra servir, receber, alimentar. O problema é que muitos desses lugares não chegaram ao seu feed — e aí parece que não existem. Mas existem. Às vezes há 60 anos. Com uma porta simples, um letreiro gasto e um balcão que escutou mais histórias do que qualquer rede social jamais conseguirá contar.

Essa coluna nasce contra essa lógica do fotogênico fácil. Não temos nada contra a boa imagem, mas temos tudo a favor da boa comida — e da boa história que vem junto com ela. A cada semana, vamos falar de bares, restaurantes, quitandas, feiras, cozinhas de fundo de quintal ou salões chiques de hotel. Vamos falar de comida feita pra ser comida — e não só curtida.

O ponto de partida é Duque de Caxias, sim, mas não o ponto de chegada. Porque o apetite é grande e a curiosidade é maior ainda. Se a comida nos leva pra longe, que bom — mas que também nos traga de volta pra perto. Perto do que comemos no almoço de domingo, daquilo que a gente esqueceu que adorava, do que nunca tivemos coragem de pedir.

Aqui você não vai encontrar estrelas, selos, nem notas de avaliação. Isso não é uma coluna de crítica gastronômica. É uma coluna de aproximação. De escuta. De tradução entre a panela e o papel. Vamos contar o que sustenta o cotidiano de quem cozinha, serve e experimenta.

Não temos pressa. A cidade — e o mundo — são grandes demais pra caber num vídeo de 30 segundos.

Bem-vindo à mesa. Puxe uma cadeira.