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 Três cidades da Baixada Fluminense entre as 20 piores em saneamento básico no país

Foto do escritor: Julio MoutinhoJulio Moutinho


SANEAMENTO
Levantamento do Instituto Trata Brasil, com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgou

 


Duque de Caxias. Belford Roxo e São João de Meriti, de acordo com o levantamento do Instituto Trata Brasil amargam a triste marca: Estão entre as 20  piores cidades no ranking de saneamento de 2024, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O município de São Gonçalo também aparece no rol negativo.  Já o município de Niterói que fica do outro lado da ponte ocupa a 6ª colocação entre as melhores.

 

A presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, conclui que a falta de saneamento tem impacto direto na qualidade de vida da população, com sérios prejuízos no desenvolvimento e mobilidade social. Há um ano a Águas do Rio assumiu o abastecimento de água na região da Baixada Fluminense e em outros 26 municípios, com investimentos que saiu da ordem de R$ 428 milhões para 1,07 bilhão em 2022. Todavia, esse valor ainda não surtiu efeitos positivos no que se refere as melhorias nos índices de saneamento básico.

 

 

— A infraestrutura de saneamento básico precisa de projetos de engenharia, licenciamento e só então é autorizada para realizar obras para fornecer os serviços à população. Esse ciclo tem uma vida longa, que demora entre cinco e seis anos para ser realizado. O que vemos pós-concessão da Àguas do Rio é que houve um aumento no volume dos investimentos, mas ainda não vemos reflexo nos indicadores, o que só virá a longo prazo— explica Luana Pretto.

 

— A falta de saneamento trás sérias consequências à população no que concerne a doenças e problemas generalizados de saúde, impedindo o exercício de atividades do dia a dia. Doenças e problemas de saúde, não é possível exercer as atividades do dia a dia. Esse simples fator já prejudica o desenvolvimento de crianças e adolescentes, por exemplo. No Rio, quem tem acesso a saneamento tem uma escolaridade média de 10,3 anos e quem não tem, cai para 7,6 anos. Na vida dos adultos, os trabalhadores informais ficam com a renda prejudicada por necessitar de afastamento. Ou seja, existe um impacto direto na mobilidade social e no desenvolvimento da população - concluiu.


Fornecimento de água

O estado do Rio tem dois municípios no topo do ranking que avalia o fornecimento de água: Niterói e Nova Iguaçu atingiram o índice de 100% da população com acesso à água potável. Os dois municípios vizinhos de Nova Iguaçu, por outro lado, estão entre os 10 piores: Caxias com 66,03% da população com acesso à água potável e Belford Roxo com 74,08%.


O Rio também tem três cidades com as maiores perdas na distribuição de água: a capital (60,66% de perdas), São João de Meriti (66,12%) e Belford Roxo (66,40%).

O diretor institucional da Águas do Rio, Sinval Andrade, explica que reduzir esses números é um dos maiores focos da Águas do Rio:


— A pressão que a água precisa ter para chegar a pontos mais distantes da estação do Guandu é enorme, o que acaba causando vazamentos. Para evitar isso, instalamos mais de 200 dispositivos de controle de pressão no trecho que leva água para Zona Norte e Sul da cidade. Essa água que economizaremos poderá ser redistribuída para quem precisa, principalmente na Baixada Fluminense.


Os investimentos aumentaram, entretanto, a curto prazo não se evidenciam reflexos positivos. Estudo confirma que no período de 2018 a 2022, foi investido R$ 70,07 por habitante na capital do Rio. Esse valor fica bem abaixo de São Paulo (R$ 219,20) e Vitória (R$ 109,98). De acordo com a visão dos técnicos, se observa que os resultados levam alguns anos para se manifestarem.

 

O diretor institucional da Águas do Rio, Sinval Andrade, explica que as primeiras ações da empresa após a concessão foram focadas em medidas que pudessem gerar impacto imediato na vida da população, uma vez que as obras estruturais demandam um prazo mais longo.


— Temos até 2033 para universalizar água e esgoto exatamente porque esse tipo de intervenção demora. Só na Baixada Fluminense, 133 mil pessoas receberam água potável pela primeira vez na vida. Investimos cerca de R$ 800 milhões e implantamos quase 400 km de rede de água para melhorar o acesso — , afirmou Andrade.


Segundo a empresa, outro alvo de investimento foi a estação de tratamento de esgoto de São Gonçalo, que teve sua capacidade duplicada. Essa melhoria, explicou Andrade, proporcionou que todo o esgoto de Paquetá pudesse ser tratado lá, reduzindo a zero o esgoto na praia. O total de investimentos para água e esgoto já chegou a 2,7 bilhões.

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