
A terceira onda de calor do ano deve durar até a próxima semana e seu ápice deve ocorrer entre esta quinta-feira (14) e o sábado (16), de acordo com os meteorologistas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), cinco estados devem registrar temperaturas máximas 5°C acima da média: Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mas por que essa previsão configura uma onda de calor? O que é o fenômeno?
A onda de calor é um fenômeno meteorológico que acontece quando uma determinada região registra temperaturas muito acima da média por uma sequência de dias.
· No geral, os meteorologistas estabelecem que, para o fenômeno se configurar, as temperaturas precisam ficar ao menos 5ºC acima da média por um período de cinco dias ou mais.
· Já o Inmet define uma onda de calor quando há um aumento de 5ºC na temperatura em relação à média mensal, independentemente da quantidade de dias de duração.
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As ondas de calor são comuns de acontecerem no fim da primavera, com a aproximação do verão. Mas, nos últimos anos, esse fenômeno tem se tornado mais comum.
Abaixo, veja o porque do calor fora de época.
Como se forma uma onda de calor?
As ondas de calor precisam de dois principais fatores climáticos para se formarem: massas de ar quente e seco e bloqueios atmosféricos.
Contextualização: os bloqueios atmosféricos são um tipo de circulação de ventos no alto da atmosfera. Eles atuam como uma barreira que impede que as massas de ar avancem.
A circulação dos ventos dessa área de alta pressão é anti-horário, o que favorece que as massas de ar quente e seco ganhem força e impede o deslocamento das frentes frias para o continente.
O bloqueio atmosférico impede que as frentes frias avancem, contribuindo para a manutenção das altas temperaturas. Assim, quando há um bloqueio atmosférico, as frente frias se formam, tentam avançar, mas encontram essa barreira, o que as leva diretamente para o oceano. Sem a entrada de umidade vinda com essas frentes frias, a massa de ar quente vai ganhando cada vez mais força no continente,
caracterizando a onda de calor.
"Quanto mais perto da região central do sistema, mais quente e seco. Quanto mais distante, menos distante e um pouco mais úmido", explica a porta-voz da Climatempo, Maria Clara Sassaki.
Alertas para onda de calor
Diferentemente do que definem alguns meteorologistas, o Inmet não leva em consideração a quantidade de dias para estabelecer a ocorrência de uma onda de calor.
O instituto utiliza o período para definir qual alerta será emitido por conta do calor extremo. Assim, os avisos meteorológicos se referem ao número de dias que deve durar o fenômeno.
O Inmet tem três tipos de alerta para as ondas de calor:
1. Perigo potencial: quando há o aumento da temperatura 5ºC acima da média por um período de dois a três dias. Exige cuidado na prática de atividades que podem estar sujeitas a riscos meteorológicos;
2. Perigo: aumento da temperatura 5ºC acima da média por três a cinco dias. Importante se manter vigilante e se informar sobre as condições meteorológicas previstas;
3. Grande perigo: aumento da temperatura 5ºC acima da média por mais de cinco dias consecutivos. Previsão de um fenômeno meteorológico com intensidade excepcional, com grande probabilidade de risco para a integridade física.
Quando a onda de calor é mais comum?
As ondas de calor são comuns todos os anos na transição entre a primavera e o verão.
O meteorologista Giovanni Dolif, do Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden), explica que, nessa época, a Terra já está mais exposta ao Sol com a proximidade do verão.
E as temperaturas altas ocorrem porque é uma temporada sem chuva e, com isso, menos nuvens para impedir a passagem de tanto calor.
No caso da ocorrência desse fenômeno no verão, o El Niño é um dos fatores que contribui para as altas temperaturas. Isso porque ele é responsável por deixar a atmosfera mais quente e potencializar as altas temperaturas.
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