Por: Fernanda Farias
“Tudo que a gente temia aconteceu’; foram as palavras da irmã de Michelle ao receber a notícia da sua morte. Na última segunda-feira (8), Michelle Pinto da Silva, de 39 anos, que foi queimada pelo ex-marido na estação de trem Augusto Vasconcelos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, morreu nesta quarta-feira (10). Ela teve 95% do corpo queimado e estava internada em estado gravíssimo no Hospital Municipal Pedro II, na zona oeste do Rio de Janeiro. Michelle foi inicialmente levada para o Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, por ser o hospital mais próximo do local do incidente. Lá, recebeu os primeiros socorros e passou por uma cirurgia de emergência.
No entanto, devido à gravidade de seu estado clínico, precisou ser transferida para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, que possui um Centro de Tratamento de Queimados com uma UTI exclusiva para pacientes vítimas de queimaduras, como Michelle, que sofreu queimaduras em 95% do corpo. Segundo familiares da vítima, o homem apontado como autor do crime é ex-marido da vítima, Edmilson Felix do Nascimento, de 44 anos. O motivo do crime foi ele não ter aceitado o fim do relacionamento; após atear fogo no corpo dela, o indivíduo conseguiu fugir. Entretanto, a polícia afirma que, ele cometeu suicídio logo depois.
A irmã de Michelle afirmou que a SuperVia, concessionária que administra o serviço de trens, não prestou socorro à vítima, pois não havia seguranças no local. Nos últimos anos, o mundo tem testemunhado um aumento alarmante nos casos de feminicídio. O feminicídio, definido como o assassinato de mulheres, representa uma das formas mais extremas de violência de gênero e uma violação flagrante dos direitos humanos.Essa tendência preocupante reflete não apenas a persistência das desigualdades de gênero em nossas sociedades, mas também a falta de ações eficazes para prevenir e punir essa forma específica de violência.
Mulheres em todo o mundo continuam sendo vítimas de assassinatos brutais simplesmente por serem mulheres, muitas vezes nas mãos de parceiros íntimos, ex-parceiros ou familiares.O crescimento do feminicídio destaca a necessidade urgente de abordar as raízes profundas da violência de gênero e promover uma cultura de respeito e igualdade. Isso inclui políticas e programas que combatam o machismo, educação sobre consentimento e relacionamentos saudáveis e o fortalecimento dos sistemas de justiça para garantir que os perpetradores sejam responsabilizados por seus crimes.Além disso, é fundamental oferecer apoio e proteção adequados às vítimas de violência doméstica e feminicídio, bem como promover a conscientização e a mudança de atitudes em relação ao papel das mulheres na sociedade.
Embora o aumento do feminicídio seja motivo de grande preocupação, também serve como um chamado à ação. Devemos unir nossos esforços para acabar com essa forma repugnante de violência de gênero e criar um mundo onde todas as mulheres possam viver livres do medo e da violência simplesmente por serem quem são.
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