“No futuro, todos terão seus quinze minutos de fama”, afirmou certa vez o cineasta e pintor americano Andy Warhol, talvez não exatamente com essas palavras, mas é quase certo de que naquele momento entendia que esses quinze minutos se dariam de forma espontânea, sem a incessante busca que testemunhamos atualmente; Podemos dizer que atualmente a sociedade está embebida em uma necessidade contumaz de “se ver sendo vista”, há 57 anos Guy Debord nos avisava a respeito da espetacularização de tudo e dos perigos que eram trazidos como seus acessórios, e notem bem que em 1967 (ano do lançamento de seu livro: A Sociedade do Espetáculo, o mundo ainda não havia sequer visto o homem pisar na lua e ainda assim já nos alertava para o perigo do consumo desenfreado e o que isso nos traria como retorno; Antes mesmo disso tivemos em 1949 o lançamento de “1984” de George Orwell, onde se cunhou o termo “Big Brother” onde havia uma figura que confesso me aterrorizava em pensar nessa possibilidade durante minha adolescência, entretanto, hoje estamos exatamente sendo observados e não por um único “grande irmão”, mas por vários, inclusive, por nós mesmos; Os três primeiros parágrafos tentaram introduzir a ideia do texto dessa coluna e agora faço um pedido para que o querido leitor que me presta um pouco do seu tempo para me ler, reflita o quanto temos desperdiçado as nossas emoções reais para “espetacularizar” um pseudo sentimento de alegria ou mesmo de necessidade de mostrar-se em algo ou em algum local como sendo parte daquilo que até somos, mas que não deixamos a emoção aflorar verdadeiramente pela preocupação de registrar aquele momento que bem poderia e deveria ser eternizado em nossas memórias; Na última semana fomos surpreendidos com o vídeo de um vereador vestindo paletó e empunhando uma serra elétrica “arrombando” a câmara de Vereadores de sua cidade, obviamente tudo registrado por sua assessoria, “afinal nosso Vereador é um homem de pulso e precisamos expor isso em nossas redes sociais”, antes de prosseguir com o raciocínio quando dizem que o Brasil é o país da piada pronta não é por acaso, o sobrenome do sujeito que arrombou a porta é “Chaves” Wiliam Chaves (DEM-MA), podem pesquisar. Assim tem sido feito por todos os parlamentares desse país, eles mesmos preparam suas pautas de lacração a sua bolha, reparem que o debate, a propositura de ideias morreu, reparem que a tribuna está sendo utilizada apenas para defesas fisiológicas e muitas vezes eivadas de destemperança que deve fazer com que esse país que já foi prolífero em grandes oradores hoje tenha que se contentar com meros animadores de claques esperando por seus “likes” Dalton Ferreira.
agenciamaster20027
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