Em noite sonolenta e sem criatividade em Belo Horizonte, o time carioca pagou caro pela baixa produção em campo e saiu derrotado pelo Atlético-MG, somando seu segundo revés seguido e ficando com "somente" sete pontos na frente do Palmeiras (51 a 44).
Sem Hulk, coube ao camisa 10 Paulinho garantir a festa na Arena MRV. Foi o 20º gol do atacante em 2023 e o terceiro na moderna casa atleticana. Apenas o jogador anotou no estádio recém-inaugurado, pois havia marcado os dois no triunfo de 2 a 0 sobre o Santos.
A vitória deixa o time de Felipão vivo na busca por vaga na Libertadores e acende o sinal de alerta no Botafogo, que ainda vinha de derrota e eliminação na Copa Sul-Americana com 2 a 1 para o Defensa Y Justicia antes de cair para o Flamengo.
Em quatro rodadas no segundo turno são somente quatro pontos somados e uma única vitória. A equipe buscará a reabilitação na sexta-feira, em visita ao Corinthians.
Ciente da aproximação perigosa do vice-líder Palmeiras, o Botafogo entrou na Arena MRV disposto a recuperar os primeiros três pontos desperdiçados no Engenhão, na derrota no clássico para o Flamengo na rodada passada.
Com suas principais peças, o time de Bruno Lage começou à vontade em campo e foi logo assustando com Júnior Santos.
Querendo diminuir para somente quatro pontos a distância para os rivais do G-4, Grêmio (3°) e Flamengo (4°), que somam 39, o Atlético-MG tinha de superar a ausência de seu astro, Hulk, suspenso. A força da torcida era a aposta.
Sob enorme cantoria das arquibancadas e o tradicional "vai pra cima deles, Galo", o time chegou pela primeira vez em cobrança de falta de Maurício Lemos, que Lucas Perri desviou e a bola ainda raspou no travessão. O goleiro ainda trabalhou em outra cobrança de falta, desta vez de Pavón.
Depois de começar administrando a bola e rondando o ataque, o Botafogo foi diminuindo o ímpeto. Tiquinho Soares, pouco acionado, começou a buscar a bola no meio-campo. O líder mostrava dificuldades, mas também não dava muitos espaços, o que deixou o jogo feio e sem emoções.
Insatisfeito com a pouca produção ofensiva, Bruno Lage mandou Diego Costa, ex-Atlético-MG, e o arisco Segovinha para o aquecimento antes do intervalo. Ao mesmo tempo em que incentivava o time, o treinador admitia frustração com a apresentação da equipe carioca.
O treinador optou por voto de confiança aos atacantes após o intervalo, mesmo com Victor Sá e Júnior Santos aparecendo pouco, mas se viu obrigado a trocar o goleiro por questão médica. Com dores após duro choque com Alan Kardec, Lucas Perri deu lugar a Gatito Fernández.
O ex-titular foi logo trabalhando bem para salvar o líder ao defender chute de Paulinho, cara a cara, após boa e rara trama ofensiva com passes rápidos e de primeira. Paulinho ainda teve outra chance a seguir, mas pegou fraco na bola.
A paciência de Lage acabou ao ver o time errar cruzamentos na etapa final e sequer finalizar em direção ao gol com 65 minutos de jogo. Chamou Diego Costa e Luiz Henrique para tentar fazer o ataque "acordar". A torcida mineira vaiou bastante seu ex-jogador, na mudança.
Somente aos 26 minutos do segundo tempo que o Botafogo chutou sua primeira bola no gol na etapa final. Luiz Henrique bateu fraco, nas mãos de Everson. Lage resolveu completar as mudanças no setor ofensivo. Segovinha foi mais um escolhido para tentar salvar uma noite apática dos cariocas.
Mas apenas um time mostrava disposição para buscar o gol. E não era o sonolento líder. Mesmo sem grandes oportunidades, o Atlético era insistente, rondava a área e acabou premiado aos 35 minutos.
Lançamento longo de Pedrinho para Paulinho, que dominou e bateu, a bola desviou na trave e entrou para bela festa dos mineiros.
Diego Costa ainda empatou para o Botafogo quando o time já mostrava desespero e apelava aos chuveirinhos nos minutos finais Mas o atacante estava adiantado no começo do lance e o auxiliar anotou impedimento, confirmado pelo VAR. O Botafogo não chegou mais e a festa foi dos donos da casa.
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