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Barcellar é reeleito presidente da Alerj por unanimidade

Cesar Moutinho
Caso não seja o nome da direita para suceder Castro, Bacellar deve ser indicado a uma cadeira do Tribunal de Contas do Estado (TCE)
Caso não seja o nome da direita para suceder Castro, Bacellar deve ser indicado a uma cadeira do Tribunal de Contas do Estado (TCE)


Aprovado por unanimidade. Esse foi o clima ontem na ALERJ na realização dacampanha eleitoral para presidência da casa legislativa estadual. Rodrigo Bacellar (União Brasil) foi reeleito presidente da Assembleia do Rio de Janeiro (Alerj). A sua chapa (“Somos um só por um Rio melhor”) foi a única a concorrer, e Bacellar contou com apoio unânime, numa demonstração de força e influência política. Até mesmo nomes de oposição ao governo Cláudio Castro – aliado, entre rusgas, do político do político do União Brasil – votaram “sim” pela reeleição, como os cinco da bancada do PSOL. O partido de esquerda surpreendeu, já que costuma lançar um candidato próprio ou se abster. Boa parte dos discursos dos parlamentares do bloco de centro-direita foi dedicado à defesa da candidatura a governador de Bacellar em 2026.


Considerado no mundo político o “todo poderoso” do estado atualmente, o deputado de Campos dos Goytacazes tem pretensões de se candidatar, embora não declare isso publicamente. Caso não seja o nome da direita para suceder Castro, Bacellar deve ser indicado a uma cadeira do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Mas as falas hoje de aliados no parlamento reforçam a possibilidade dele concorrer ao Palácio Guanabara. Presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda acompanhou a votação no plenário. O cacique do partido ao qual Bacellar é filiado é um dos entusiastas de que ele concorra ao governo do Rio em 2026.


Se do lado da centro-esquerda a candidatura de Eduardo Paes (PSD) a governador é dada como certa, no campo da direita ainda há indefinição. Castro já disse que é ele quem baterá o martelo nesse processo. Sua mulher, a primeira-dama do estado Analine Castro, esteve presente durante a votação. O governador e Bacellar mantiveram uma relação conturbada nos dois últimos anos, período em que o presidente da Alerj manteve grande influência sobre o Palácio Guanabara. Há ainda a possibilidade de que o vice de Castro, Thiago Pampolha (MDB), seja o postulante ao Palácio Guanabara com a benção do atual mandatário.


No seu discurso, Bacellar agradeceu a votação histórica e também os apoios declarados para 2026, embora diga que a próxima eleição será discutida em “momento oportuno”. Na fala, destacou a amizade com Castro, que o lançou à presidência na primeira vez. Mas ressaltou: “O governador falou que queria que eu fosse o nome dele, e em algumas vezes foi necessário bater de frente. Isso não é ser desleal”. Bacellar disse ainda que “jamais permitiria que a Assembleia fosse um puxadinho do governo”. 


Jair Bittencourt (PL), que retirou a candidatura dele a presidência da Alerj há dois anos, foi um dos que anteciparam apoio a Bacellar em 2026, conclamando a união entre PL, PP e União. Do bloco de oposição ao governo, Flávio Serafini (PSOL) afirmou que, “em nenhum momento foi acuado no exercício do mandato” pelo presidente. Luiz Paulo (PSD) ressaltou a independência da Casa no último biênio. O presidente reeleito, que travou embates com Paes após a última eleição, não citou o prefeito. Mas criticou o que chama de “políticos TikTok” – e Paes é um dos políticos brasileiros com maior engajamento nas redes – ao tratar do desconhecimento da população sobre seu nome: “Eu prefiro não ser reconhecido e pagar o preço de até perder uma eleição do que fazer vídeo em que não vou me sentir bem. Não fiz curso de ator”.    


Sem oposição

Foi a primeira vez que a eleição para a presidência da Assembleia foi decidida por unanimidade, com voto nominal de todos 70 deputados. O plenário ficou lotado, com a presença também de prefeitos do interior, ex-parlamentares e até de uma figura inusitada: Jojo Todynho, que estava cercada por deputados da direita.


O partido de Paes, liderado pelo deputado federal Pedro Paulo, chegou a ensaiar lançar uma chapa em oposição a Bacellar, mas o plano, sem apoios na Casa, não foi para frente. A recondução de Bacellar ao comando da Alerj marca uma vitória antecipada sobre o grupo político do prefeito da capital, que após a última eleição municipal tentou angariar apoios para se lançar contra ele. O movimento, que chegou a ter como fiador o deputado federal Pedro Paulo (PSD), falhou na tentativa de se aproximar de siglas como o Progressistas, que tem bancada significativa na Assembleia. Prevaleceu a força e o jogo de cintura do político do União Brasil.







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